domingo, 14 de janeiro de 2007

Desci à Praia...

Soubesse o mar a que sabe, que é sabor de foz e fonte, que é doce e tirano, que é vento Sul e Norte. Mas será que é a mim que cabe dizer-lhe a que sabe, o mar, que tem sabor a calo, sabor a fado, saber amar? Volta comigo todos os dias, como se em confissão me quisesse dizer, que só eu sei a que sabe esse mar que é só meu. Não teria razões para revolta se lhe dissesse que só me dá paz, que o abrigo que me entrega é tudo menos fugaz. Nada de rimas quando a maré enche. Só orgulho de lhe chamar pelo nome próprio, “into my arms”. A cada passo que dou, quase a molhar o pé, sinto o laço que me arrasa, o afago que me cala, a força que me atira, sempre em frente. Mas em frente é do outro lado, atravessando correndo o oceano que é só mar por ser meu? E eis que acordo, o som inflamado na cabeça lembra-me que tenho música no ouvido e incertezas quanto à certeza do peito.Com os meus dedos no teu cabelo, canto assim com Nick:

“…As you've been moving surely toward me
My soul has comforted and assured me
That in time my heart it will reward me
And that all will be revealed,
So I've sat and I've watched an ice-age thaw.
Are you the one that I've been waiting for?”



Sabes que gosto de ti?

LM

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