quinta-feira, 25 de janeiro de 2007

Brooklyn

Fotografia de LM


É o tecto. As cinzas do cigarro apanhadas no céu fazem um bloco triste, ao longe. Mas aqui há passos que avivam e do alto se completam com caras grandes. As janelas são os olhos da cidade, as portas falam aos vizinhos. Há até uma ave presa pelas garras, com vontade mas sem permissão de ir. Sempre gostei da árvore, que descalça me lembra uma personagem de Burton. Ai o branco, tão branco! É tanto que chega a gelar os pés guardados no lar: porque a vista come. O único estreito da rua faz peregrinos a todas as horas. Se rezam não os oiço, porque o frio silencia.
É o tecto. A minha casa.
LM

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