segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Condomínio de Luxo












No meu condomínio mora o mar e o verde, moram os montes roliços e inchados de tanto agarrarem a terra, mora o céu como telhado e as nuvens de agasalho. Neste condomínio moro eu e os outros. E se este condomínio fosse só meu, acrescentava-lhe um pincel. Assim ia caiando as paredes azuladas com sol, sempre que quisesse, e afastava o frio que me tira da varanda e arrefece o tapete de ervas e os pés. Ainda bem que neste condomínio há ponchos(as) para aconchegar a noite e desmanchar os passos, embriagados. Olho em frente e caminho para os lados. Afinal, preciso de me perder! Ainda bem que neste condomínio há coisas difíceis, como convencer que sou fácil. Mas afinal, nem sou assim tanto! Ainda bem que neste condomínio há conversas no sótão e lugares vagos na garagem, para o silêncio. Afinal, sempre detestei “falares” inúteis e fora do tempo. Ainda bem que neste condomínio há pratos cheios e sorrisos satisfeitos. Afinal, é bom comer da vida. Ainda bem que neste condomínio há água fresca, daquela que se arrasta como o "véu de uma noiva". Afinal, haja sede! Ainda bem que neste condomínio não há poses de rei. Porque este condomínio, afinal, é real!
Texto e Fotografias
LM

Diário da Madeira 10




Módulo "O som da animação"
Serviço Educativo- Funchal
Fotografias de LM


quinta-feira, 25 de outubro de 2007

(A)O Lado da Música


20 de Outubro de 2007
Concerto OCM- Funchal
Fotografias de LM

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

A song for YOU

http://www.youtube.com/watch?v=EQIQc61wnSk

Aos Voos da Cruzeta



Vamos "cruzar" os ventos para que regresses muitas vezes. Até lá. Até breve.

Inauguração Dolce Vita
Fotografias de LM




segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Maestrias em BLUR

Rui Massena
Concerto OCM, 20 de Outubro de 2007
Fotografia de LM

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

DAVID

Lembro-me de dizeres que as estrelas só se fazem com luz.
Lembro-me de ter sorrido, por duvidar. Era como se a ideia de um palco às escuras não me fosse estranha. Pois se o talento se engrandecer naquele espaço, quem precisa de holofotes?
Agora sorrio por ti, por perceber que te acendeste longe, no céu, e por saber que a noite só se faz com a tua luz. Afinal, era isso que me querias dizer.
Saudades. Sempre.

LM

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Diário da Madeira 9







"À Procura dos Sons"- Jardim Botânico da Madeira
Serviço Educativo de Música
Fotografia de LM

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Diário da Madeira 8

As caminhadas tornaram-se o aconchego do fim do dia. Mesmo antes do sol se espreguiçar pela última vez, calço as sapatilhas e… “on marche”! Sabe bem, mesmo sendo tão pouco. A banda sonora muda o ambiente, mesmo que o percurso se repita. Bach torna a paisagem luxuriante, Rufus Wainwright inebriante, Buarque absorvente. Bato ao compasso da canção o passo e às vezes supero o ritmo da música. Outras, desacelero e entro em contratempo. Comigo caminha sempre o mar, não vivesse eu numa ilha. Vai imenso, ao meu lado, de uma beleza incomparável, quase exuberante e por isso envaidecido. Depois há as rochas que o oceano contorna e que cresceram do calor vulcânico. São salpicos de lava encaixada pelos anos em montes que parecem torres de chocolate negro. E as árvores, de que nem consigo suspeitar a data de nascimento, penduram-se incorruptíveis sobre a água e pendem sempre para o mesmo lado: o do sol! E agora vou, antes que ele parta sem mim…

LM

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Diário da Madeira 7





Serviço Educativo de Música
Oficina de Voz- com Natália de Matos
Fotografias de LM





quarta-feira, 3 de outubro de 2007

The Yellow Brick ROAD

Fotografia de LM
NY, 2005

(A QUEM VEM)

Deixa-me contar-te um segredo:
Quando chegares vais ver as cores cheias
Ouvir todos os sons, vais perceber qualquer passo
Vais encontrar um colo, um beijo e abraços
Vais chegar pequeno, vais chegar num grito
Vais chegar à vida, aos dias, às horas
Vais chegar

E nem quando as cores esvaziarem
Os sons se engolirem e os passos se perderem
Nem quando fores grande e quieto
Nem quando a vida te mostrar que chegaste
Naquele dia, àquela hora
Vais perder o colo, o beijo, e os abraços
Vais chegar …e já não é segredo!



LM

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Histórias de Mimar a Música (3)

Oboé e Violoncelo




Onde está o duende?

Um duende, dois duendes
A conta é de somar
Chegam muito arrebitados
E quase sempre atrasados
Em lendas a cirandar

No bosque do miradouro
De orelhas pontiagudas
Vigiam o pote de ouro
No final do arco-íris
Com risadas bolachudas

Oboé é o duende anasalado
Tem os olhos verduscos
E o corpo amendoado
E é assim apelidado
Por estar sempre constipado

Com uns calções de cone
Como um gelado ao inverso
O oboé faz vibrar as palhetas
E afina a orquestra
Com um lá esperto

Segue lento e amuado
(tudo por estar adoentado)
E puxa de um lenço petiz
Para evitar que o vento
Lhe arrefeça o nariz


Já violoncelo robusto
Nunca se agasta de brincar
É um duende astuto
Com os pés de madeira
E um espigão a segurar


Gosta de levar em valsas
A mão da Beatriz
A quarta corda que abraça
Sempre em modo de graça
Até lhe corar o verniz

Diz-se que um e outro
São percebidos a deambular
Nas noites dos humanos
Mesmo que disfarçados
De folhas verde-mar

Com apetite insaciável
Prontos a devorar a cozinha
Entram de calcanhar manso
Nas casas com jardim
E nas outras vizinhas

Parecem sombras à espreita
E levam grandes sacos
Onde escondem o pão, o mel
E a fruta mais madura
Ao escaparem para o regato


Com água fresca na mistura
Começam a ceia demorada
As plantas servem de pratos
E os talos de garfos
Antes de levantar a alvorada

Ninguém sabe porque ninguém viu
Mas assim se faz um mito
Se espiares o silêncio do escuro
Quem sabe um dia um duende
Te deixe um desejo escrito
LM