quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Diário da Madeira 8

As caminhadas tornaram-se o aconchego do fim do dia. Mesmo antes do sol se espreguiçar pela última vez, calço as sapatilhas e… “on marche”! Sabe bem, mesmo sendo tão pouco. A banda sonora muda o ambiente, mesmo que o percurso se repita. Bach torna a paisagem luxuriante, Rufus Wainwright inebriante, Buarque absorvente. Bato ao compasso da canção o passo e às vezes supero o ritmo da música. Outras, desacelero e entro em contratempo. Comigo caminha sempre o mar, não vivesse eu numa ilha. Vai imenso, ao meu lado, de uma beleza incomparável, quase exuberante e por isso envaidecido. Depois há as rochas que o oceano contorna e que cresceram do calor vulcânico. São salpicos de lava encaixada pelos anos em montes que parecem torres de chocolate negro. E as árvores, de que nem consigo suspeitar a data de nascimento, penduram-se incorruptíveis sobre a água e pendem sempre para o mesmo lado: o do sol! E agora vou, antes que ele parta sem mim…

LM

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