quarta-feira, 30 de abril de 2008

O ovo ou a galinha?

O cão atrás...
Atrás das pombas...
Funchal
Fotografias de CJardim

terça-feira, 29 de abril de 2008

domingo, 27 de abril de 2008

UMA BONECA PARA A MÃE
















Serviço Educativo de Música, Funchal
27 de Abril de 2008
Fotografias de LM

Há vida no calhau


Praia Formosa, Funchal

Fotografias de LM

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Não, não vale a pena.




Hoje dei-me a encaixar as insónias nas tuas palavras. Uma opulenta moldura, enfeitada de luxúria e acaso. Não concordas? Andei pelos teus dotes de escrita, que embaçam uma aspirante como eu. Ri-me das correcções às minhas falhas repetidas, repetidas, repetidas, e das desculpas precipitadas pela distância. Dos azedumes sempre que me largavas e dos prantos sempre que eu desistia. Do tempo em que nos conhecemos sem nos vermos e dos momentos em que nos vimos sem nos entendermos. Da tua mala amarela, num aeroporto quase português, à espera de tanto. ABRAÇO. Da viagem, num apego de dar dó, e do sofá da noite. Das vagens em forma de brotos de soja e da fatia de pizza partilhada com comentários às passagens bíblicas que sabias de cor. Da música que me agitava e te adormecia. Do Bono rouco, da sala sem “Fade Together”. Do jogo com cachorros e meninas de pernas altas, da chuva, do vento, das miragens. Da ponte atravessada e da fotografia que te roubei para minha. Autoria. Não reclames. Eram os mesmos olhos, os nossos, nesses dias. Ou será que nunca chegamos a ver claramente? Que raio de apelido me deste. Ponderei chamar Biscoito ao cão, mas achei que era uma afronta. À minha pessoa. Afinal, as minhas bochechas nunca te enganaram. Nem o toque. Nem o embate dos outros. Agora penso no que passou e como se teria passado, se um dia acordássemos no mesmo lado da cama. Continuo a ouvir-te, porque já te me mostrei do lado de dentro. Sabes o mapa das minhas mazelas e profetisas a próxima queda. Convenceste-me que não vale a pena. Tenho pena. Mas tens razão.

A ti, com um Bei(JU)
LM

PS- Descobre os erros...

terça-feira, 22 de abril de 2008

NA SOMBRA


Fotografia de LM

domingo, 20 de abril de 2008

GARDEN STATE

Caber no mundo real tem destas coisas: há sempre um botão que não aperta, uma costura que parece rebentar, uma gordurinha a notar-se… o fato da vida nem sempre está passado, e os vincos podem ser tão tesos que magoam.
Inadaptado. Mas somos todos, quando lidamos com a infelicidade. O contrário é a alegria, a capacidade de encaixarmos nas situações, nos momentos, nos lugares, nas pessoas.
A história, de tão inocente e doce, faz-nos querer mergulhar no absurdo, na música dos Shins, na mota verde do avô, no jeito perdido, na piscina de água quente, na lareira aquecida com mobília de casa, no precipício do Albert, no grito enfiado em sacos do lixo. Uma espécie de rebuçado com muitas camadas a lamber, e cada uma é uma outra descoberta, até chegarmos ao fim de nós.
Não consigo não gostar. Até porque os meus olhos vidraram ao ver o Sea de Williamsburg. Sentei-me tantas vezes naquele jardim de água, onde os canos continuam à mostra. Não consigo não me sentir em casa... neste filme.

LM

sexta-feira, 18 de abril de 2008

BONSAI

Recebi uma árvore num vaso. É do verde dos olhos e as flores já quase rebentam. Estende devagar os ramos mas a solidez da espécie dá-lhe carácter de palco. Tímida no primeiro contacto mas robusta nas decisões. Deve ser esculpida com cuidado, regada sim mas só quando reclama. Faz das exigências a perfeição. Quer luz mas nunca directa (medo que lhe sequem as raízes de excessos, talvez.). Deve ser construída todos os dias, todas as vezes. A beleza depende da sobrevivência. Se a idade passa e resiste, valoriza-se. Pode adoecer de uma gripe de fungos e pragas, geralmente por erro da nossa mão. A falta de atenção deprime-a, murcha-a. Os sintomas são óbvios: escurecem as folhas, apodrece a terra. A poda faz-se com engenho, evitando o domínio foliar das mais fortes, trabalhando a dimensão, cavando energia.
Percebe-se porque é arte. É que desde o momento em que chega transforma-nos!

LM

PS- Obrigada a quem me estendeu este tapete de vida.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Quase

Fotografia de LM

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Hasta






Voar sempre me colou. É o jeito fixador das asas que agarram as melhores ideias de novo ao corpo. Juntam-se as porções e, por mais que a manta de retalhos seja uma obra diferente, regressa-se (mais) inteiro. É um ir que renova e nos enfia a esperança dentro dos olhos. Requisitamos mais alguma coisa a um sitio que conhecemos mas que nunca será nosso. Talvez seja mesmo a não propriedade que inspira e acrescenta (ou subtrai, tanto faz). O importante é que, por mais que a conta torne a zero, nada fique como antes.
Que te deixes ir na queda e que possas voltar seguro.
Vai.

LM

terça-feira, 15 de abril de 2008

The SUN is BACK




Funchal
Fotografias de LM


segunda-feira, 14 de abril de 2008

UM CLIC NOS SONS







Oficina "Um Clic nos Sons"- Serviço Educativo OCM
Funchal, 13 de Abril de 2008
Fotografias de LM



sexta-feira, 11 de abril de 2008

Travessa e Margarida







Atelier Musical- CEPAM
trompa e viola
Fotografias de LM



quinta-feira, 10 de abril de 2008

O LOBO

Fui curada a aspirinas, não com sonetos. Garanto que as palavras teriam escorregado melhor. Nem construí bibliotecas. A minha mão coube com mais facilidade em casas de bonecas e saiinhas empinadas. Foi na música que aprendi a escrever (isto se alguma vez o souber) e não nas páginas dos grandes clássicos. Preferia a intemporalidade dos sons de Puccini e o dramatismo das suas mulheres aos livros. As histórias, via-as todas através de uma pauta, primeiro em clave de sol, depois em clave de fá. Jogava as rimas com as notas e pontuava com bemóis e sustenidos na voz. No dia em que me apresentaram o Lobo, um professor de cabeleira cheia e voz de barítono -pelo menos soava assim na altura-, olhar encoberto e pulso dominador, nesse dia saltei de um compasso binário para um ternário. Nesse dia deixei de ser eu e a música e passei a uma relação poligâmica com os contos. Tornei-me no capuchinho vermelho. Demasiado inocente para ser verdade.
Ainda não descobri o final da história. Espero que esteja longe, o epílogo, e ninguém comeu a avozinha nem o meu lanche. O bolo é de mel para não azedar, o vinho é dos que engrandece na garrafa. Corro só o risco de pecar, por falta de idade para transportar bebidas inflamáveis na sacola e por picar uma fatia, depois de a cortar à dedada. Se espero muito, quem amarga sou eu, não o petisco…
E pensar que um dia vi um Lobo!
LM

quarta-feira, 9 de abril de 2008

O ELEFANTE E A GIRAFA





Atelier Musical- CEPAM
O fagote e o trombone
Fotografias de LM

terça-feira, 8 de abril de 2008

Lição nº 1: SORRIR!


Fotografia de LM

CHOVE

...os meus olhos.

TARDE

Vi-o suspenso nas escadas
Enquanto eu subia
A beira do vestido
E deixei-me ficar
Com a pele virada
Do lado mais macio

Não chegamos cedo
Porque era tarde demais
Nas costuras abertas
Nos joelhos emudecidos
Parados no degrau
Onde calquei o vestido

Pedi-lhe ainda a mão
Caiu-me o anel
E foi assim que vi
No sítio do nó
Que nos pés não tinha chão
Mas o rosto dele feito pó

LM

A canção do Chico

Fiz uma canção discreta
Só para você
Ninguém pode saber da letra
Que você lê

A música você desfruta
Os ouvintes não
Penetra a orelha e sai por outra
Cada refrão

Se outro amor surgir um dia, a valsa perde o ar
Definha
Mas se você descabeladamente me esperar
Sozinha no breu
Pé ante pé
Abra aos poucos o coração
E deixe
Ecoar nossa canção
E feche

Venha ouvir a valsa oca
Em primeira mão
Que a luva distraída toca
No violão

O público não acredita
Crítico não crê
Na inédita canção escrita
Só pra você

Se você beijar um outro, pode se partir
A valsa
Mas se roendo-as-unhasmente me quiser ouvir
Descalça no breu
Pé ante pé
Abra o peito bem devagar
E deixe
Sete notas a vibrar
E feche

Guarde numa caixa preta
A tímida canção
No fundo falso da gaveta
Do coração

É valsa pra se ouvir por dentro
Pra se ouvir a sós
Pra não se dissipar ao vento
Com minha voz

Com minha voz

Com minha voz

Com minha voz


CHICO BUARQUE

segunda-feira, 7 de abril de 2008

THE KISS

Receita:

Nariz de Cleópatra
Brincos de Inca
Marotice
Mel qb

Misturar os ingredientes energicamente, levar ao forno intenso e servir em doses de abraços.



INDIGO II

Pedrinho
6 de abril de 2008, Funchal
Fotografia de LM

sábado, 5 de abril de 2008

ATIREI O PAU AO GATO

Coro Infantil CEPAM
Fotografia de LM

sexta-feira, 4 de abril de 2008

quinta-feira, 3 de abril de 2008

A (MUSE) me...

Imagino-me no recreio, com uma bola de futebol nos pés e laços na cabeça, quando achas as minhas escolhas incongruentes. Quem disse que o meu ar prout-prout não se relacionava com as nódoas nos joelhos? Aqui compete (quase) tudo. Não é a vida demasiado miúda para condenarmos o vizinho da frente? Abrimos-lhe a porta e depois é só decidir se se senta no sofá acolchoado ou espera à entrada por melhores (ou piores ou nada)… Porque julgaste ridícula a voz engrossada pela bebida e o vídeo do senhor da fotografia, cabe-te agora apontar um novo rumo nestas guitarras pesadas pelas baquetas.
I´m FEELING GOOD in This SUPERMASSIVE BLACK HOLE, e tudo porque sou BUTTERFLIES AND HURRICANES!

PS- 6 de Junho, em Lisboa!

LM


quarta-feira, 2 de abril de 2008

When there's so many bigger things at hand...




"He walks away
The sun goes down
He takes the day but I'm grown
And in your way
In this blue shade
My tears dry on their own"

Precipícios


Madeira, Fotografias de LM




terça-feira, 1 de abril de 2008

ENTRE NÓS

ELA
"Liga-me, por favor!"
Preciso de revolver as entranhas, porque me dói. Há poucas pessoas a quem posso contar-me. Há tu! Liga-me, por favor!Preciso de perceber...me!


ELE
"Sabes que ligo"
Eis senão quando tentava explicar à Alexandra (a A senta-se ao meu lado sempre que estamos no mesmo país) que no fundo sou um rapaz frugal, descobri na resposta a natureza fundamental do teu erro: mostras as asas a mortais. Depois de mim e do verbo que então inventámos, o que esperavas? Amor? Quando muito. Bah.


ELA
"Sa(m)pa"
Tsunami- Onda ou uma série delas que ocorrem após perturbações abruptas que deslocam verticalmente a coluna de água, como um sismo, actividade vulcânica, deslocamento de terras ou gelo ou impacto de um meteorito dentro ou perto do mar…causando grande destruição.

É assim que me descreves. Tu, que me conheces do avesso, que já tocaste o sítio dos remendos e rompeste noutro lado, ajudas agora a suturar o que faltava, o que me faz falta. Vês como nos rimos do que somos, do que nos tornamos e do que vemos um no outro? Assim me lembro que este não é o último dia, nem que será tão pouco o amanhã mais derradeiro que o hoje. Mas sempre consciente que há que gastar os pés, na possibilidade que a alma se esvaia num sopro mais rápido na hora seguinte, porque ninguém sabe que hora é essa, quando vem ou se está marcada. Dizes-me que posso assustar. Digo-te que não sei como entrar sem tudo. Se não me aproximar inteira, por inteiro, não me sinto verdadeira, em verdade te digo. O conta-gotas nunca foi a minha medida, e se o princípio não é o muito, há-de ser quando, afinal? Rabear de gatos, pés de pêlo, miar assustado. Renego todo esse jeito, que não é o meu. E se não me querem assim, pois bem, que me deixem, porque é assim que quero continuar a ser!
PS- Se o Tsunami é capaz de grandes massacres, porque é que sou eu que acabo sempre desmanchada?
Gosto de ti, como sabes.

ELE
"Caetano, anda ver aquele preto que você gosta!"

Sampa- Porque és o avesso, do avesso, do avesso, do avesso.
Descrevo-te como te sei. O mar só é negro onde é mais profundo e é só um lago se não for inconstante. Só é gelado porque vence o sol. Braços de mar a favor de outro corpo e as marés são quando mergulhas no teu. O meu desprezo pelo senhor que escreve o dicionário. Patético. Digo-te que podes assustar. Dir-te-ia que não a mim, que podia ter-te sorvido de um trago. Melhor não. Apercebo-me que alguma comparação poderia, de repente, fazer-me parecer... patético ;)

ELA
"My body is a Cage"

Nunca dizes que sou perfeita. Ao contrário, atiras-me com as verrugas da alma para cima, destapas as vergonhas, inclinas-me perante os pecados. Tudo meu, claro. Podia enfurecer-me se não te soubesse de cor mas és o único que, depois de espetares o ancinho na terra árida, fazes crescer flores. Cheguei à tona. Resta-me agora reaprender a nadar. Nunca dizes que sou perfeita. Talvez por isso me faças pegar nas minhas manchas e deixá-las ao relento, para que a noite desculpe a erosão. E eu desperto depois, já na mudança. Há aquelas manchas, contudo, que são intocáveis, nódoas tingidas a quente e que nem o tal “Amor” é capaz de varrer. Mas até essas tu enfrentas, sem acusações, sem intransigências. Fazes-me gostar de mim, ver que sou, afinal, mais gente. Só posso estar grata pelo que fomos. E agora pelo que somos.