terça-feira, 8 de abril de 2008

TARDE

Vi-o suspenso nas escadas
Enquanto eu subia
A beira do vestido
E deixei-me ficar
Com a pele virada
Do lado mais macio

Não chegamos cedo
Porque era tarde demais
Nas costuras abertas
Nos joelhos emudecidos
Parados no degrau
Onde calquei o vestido

Pedi-lhe ainda a mão
Caiu-me o anel
E foi assim que vi
No sítio do nó
Que nos pés não tinha chão
Mas o rosto dele feito pó

LM

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