sexta-feira, 28 de março de 2008

Ausência

Falta-me o ar. Faltas-me. Pensei que me colando a ti ia conseguir colar os estilhaços. Acabei mais partida. Batida pela incerteza de que me gostes, não consigo ver a superfície. Há tanto mar, aqui. Este é negro, inconstante, gelado. Revira-me o estômago, deixa-me sem vontades, deita-me ao medo. Tira-me o ar. Falta-me o ar. Faltas-me. Projecto os braços contra o corpo, desafiando o mergulho. Não respiro: engulo. Entra-me pelas narinas, por todos os poros, pelos pêlos, cabelos, unhas. Entras. Mas faltas-me. Falta seres, falta esqueceres, falta saber que te faço falta.

LM

Sem comentários: