segunda-feira, 20 de julho de 2009

Cartas

Estimado tempo:


Tens andado a fugir. Cruzas a rua sempre que me vês e nem sequer te lembras que é Natal! Pergunto-me se te terei dado alguma resposta incómoda (como é meu hábito), se continuo demasiado exigente ou se te inquietou quando te pisquei o olho, em jeito de engate, na outra noite. Coraste, é verdade, mas foste avançando no ritmo de sempre, sem vacilar por um segundo que fosse. Preferia que tivéssemos uma ligação hipertextual, que quebrássemos a linearidade e que parasses quando - note-se - me apetece! Gosto de pensar que posso, na promenade, distender-me nos teus braços e ficar ali, a respirar profundamente. Preciso imaginar que te dás infinitamente e me deixas espreguiçar na curiosidade do sol. Até queria, vê bem, poder lavar a lingerie à mão com sabonete aromático e deixá-la a secar na brisa que corre na varanda. Coisas fúteis mas coisas minhas.
Por isso, tempo, não corras que te preciso. Marcamos pelo menos encontro na próxima semana? Estarei em Braga a “casar” uns amigos e depois no Porto a viver em família. Diz-me sim! Sim!

LM

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