Era uma vez, começa a história
Calçada de sapatos gigantes
Contam os palhaços da rua
Com frases de comediantes
Vem primeiro o mais gingão
A passos largos de surdina
“TROMPEEETE!” Grita o outro
“Deixa em paz a concertina!”
O Trompete bem desfrutava
De ostentar o corpo de metal
A cada menina que passava
Declarava o seu bocal
Já o outro palhaço de cinzento
Fazia do circo a maior pena
Pintava-se de melancolias
E vibratos em cantilenas
Pois com tanta fricção
O triste violino palhaço
Nunca vai querer não
Experimentar o Pizzicato
“E se eu te emprestar
Um pistão prateado?”
Pergunta o trompete rico
Ao pobre do outro palhaço
Mas não é na roupa desfeita
Nem na pintura escurecida
Que vive a mágoa do violino
Mas sim na alma escondida
É que nunca tinha amado
Nenhuma corda de aço
Com as crinas havia tensão
Do tampo até ao braço
O trompete decidido
A devolver-lhe a gargalhada
Acertou-lhe as cravelhas
E as cordas afrouxadas
O violino ia conquistando
Uma força insuperável
Mi, lá, ré, sol
Entoavam as cordas aveludadas
“A confiança, é o segredo”
Repetia o trompete astuto
“Um palhaço tem de ser
O D. Juan absoluto! ”
Assim reconheceu o violino
Com certeza resoluta
E desde então foi do circo
O comandante da batuta
LM
quinta-feira, 28 de junho de 2007
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário