segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

VENCE-ME

Há palavras que queria ter casado. Como perderam a castidade noutra folha de papel, limito-me a repeti-las. E rio-me, porque nos nossos dias é assim: tudo está perto e tudo é nosso. O beijo no filme fui eu que mordi, a sonata turva fui eu que toquei, as cores que rimam fui eu que pintei, esta flor irrepreensível fui eu que nutri. Pois agora que as (re)escrevi não tenho nada mais a acrescentar. São minhas!

LM


“Não te disse antes para não te ofender, mas só me sinto nua quando tiro os brincos e os anéis. Por isso, mesmo que esmagues a tua boca na minha, não sou tua. Sou uma personagem. Tenho, na minha cabeça, o casaco de piqué como a Jackie Kennedy, um chapéu descaído para o lado esquerdo e enquanto me beijas, se pensas que me vences, deixa-me dizer-te que não estou aqui, estou nas compras.”

Patricia Reis, in BEIJA*ME

Sem comentários: